O seminário de percurso curricular da nossa escola não seguiu as orientações, nas quais eram sugeridas palestras com profissionais da área, palestra com os professores das empregabilidades, enfim algo como uma grande "inauguração". Ao contrário, foi bem sutil, feitos aos poucos, durante toda a semana.
Muitos fatores contribuíram para essa formatação do seminário: o "balde de água fria" que foi a primeira reunião de planejamento com os professores, a insegurança dos professores que assumiram as empregabilidades, as turbulências que a nova carga horária de 16 horas/aula e o sexto horário provocaram na escola. O sexto horário em particular, pois 50% dos nossos alunos dependem do transporte escolar, o que exigiu mudanças na logística de transporte. Além disso, a primeira semana de aula do REM começou com um professor a menos e três professores que não haviam ido ao curso de capacitação em Belo Horizonte em 2012.
Por isso, na primeira semana, todos os professores se organizaram em torno de um programa que previa uma reflexão sobre o ensino médio, expectativas e muitas, muitas dúvidas sobre as mudanças que estavam sendo operadas na escola. Assim, enquanto os professores seguiam o roteiro das atividades reflexivas, a coordenação interviu com o cartaz acima, com o intuito de aumentar a curiosidade dos próprios alunos. No dia seguinte, cartazes sobre cada uma das áreas "apareceram" no pátio. Só no dia terceiro dia, fui para salas, uma a uma apresentando o REM para os alunos em seus detalhes.
Atiçada a curiosidade, o seminário em sala permitiu que os alunos se sentissem mais a vontade para colocar suas dúvidas, e eu, em respondê-las dando-lhes mais atenção. Depois do seminário, foi aplicado um questionário vocacional, para ajudá-los na escolha que fariam. Depois preencheram uma cédula de escolha. Os dois dias restantes da semana foram usados para enturmar os alunos, já que optamos por formar turmas de empregabilidade a partir da escolha da maioria e o remanejamento daqueles cuja escolha diferia da maioria.
Passado o recesso de carnaval, os professores fizeram introduções sobre suas empregabilidades, mas os alunos ainda não haviam sido remanejados, pois muitos estavam em dúvidas, e muitos acabaram voltando atrás em suas escolhas. Ficamos ainda uma semana "amadurecendo" a escolha dos alunos por uma empregabilidade e a nossa por organizá-los em turmas de empregabilidade.
Passado o recesso de carnaval, os professores fizeram introduções sobre suas empregabilidades, mas os alunos ainda não haviam sido remanejados, pois muitos estavam em dúvidas, e muitos acabaram voltando atrás em suas escolhas. Ficamos ainda uma semana "amadurecendo" a escolha dos alunos por uma empregabilidade e a nossa por organizá-los em turmas de empregabilidade.
Somente no dia 23, sábado, os pais foram chamados para uma reunião onde o REM foi formalmente apresentado, sendo explicadas as escolhas feitas pelos filhos. Após a reunião, alunos e pais responderam um questionário avaliando a reunião e confirmando a escolha da filho ou alterando-a, de acordo com a vontade da família. Para conferir o relatório completo clique aqui.
Já ponderei em outra postagem que errei no planejamento do seminário, cuja forma fragmentada não atendeu a uma de suas funções que seria levar o REM para todos os seguimentos, envolvendo assim a escola inteira. Porém, não sei até que ponto a forma fragmentada que o seminário tomou não foi reflexo do modo como a escola recebeu o projeto, afinal, do curso de capacitação à primeira semana de aula, nada na rotina burocrática da escola havia se alterado e a tentativa de trabalhar em grupo com os professores, como descrevi na outra postagem citada, não deixou muita abertura para isso. Sem querer jogar a culpa no outro, mas apenas justificando o modo como as decisões foram tomadas, eu afirmo que usei o material que tinha disponível dentro do tempo limitado. E acredito, olhando agora 4 meses depois, que a forma fragmentada do seminário me parece muito mais consequência da recepção do projeto do que o contrário. Mas, é claro, posso estar enganada.