quarta-feira, 23 de julho de 2014

3º Bimestre: Motivação


O terceiro bimestre começou com uma avaliação preocupante: o Reinventando não havia motivado suficientemente os professores do CBC e CBCe e , consequentemente, não havia atingido satisfatoriamente os alunos, de modo geral. A avaliação por parte da coordenação também não estava nada boa, os professores – como os alunos já haviam observado bem - das áreas de empregabilidade já haviam encontrado uma “zona de conforto” seguindo apostilas de planejamento estratégico, de curso de informática, por exemplo. Em reunião com os líderes, os alunos registram a falta de motivação de alguns professores e as dificuldades com as disciplinas que estavam se tornando “teóricas” demais.  Por outro lado, os professores se queixavam, principalmente, da falta de autonomia dos alunos, que não traziam as atividades em dia e não mostravam dedicação dos trabalhos, como pode ser observado pelo rendimento mediano das turmas.  Esse quadro ficou bem esboçado na apresentação dos alunos no Dia D – Toda a comunidade faz a diferença, onde as professoras de Recursos Naturais fizeram com os alunos uma “feira” com os temas estudados durante o primeiro e segundo bimestre, Gestão e Empreendedorismo apresentou um banner com fotos e portfólios de alunos e Tecnologia de Informação, slides com fotos de aulas no laboratório.
Diante desse retrato, a solução foi intervir diretamente no planejamento das aulas, apresentando aos professores um projeto de caráter prático que envolvia a já tradicional feira de conhecimento. A ideia original da feira apresenta pelo diretor era estender o trabalho da feira de conhecimento em duas etapas: uma apresentação e palestras para os alunos da escola, além da exposição propriamente dita a comunidade. Associando esse projeto ao REM, foi passado aos alunos do primeiro ano que associassem o tema do trabalho a área de empregabilidade que cursavam e aos professores, foi orientado que transformassem o projeto dos alunos no conteúdo das aulas de empregabilidade, de maneira que todo o conteúdo teórico dado no primeiro e segundo bimestre fosse agora aplicado em simulações de situações e problemas reais.
A intervenção, embora não tenha sido bem vista no início tanto por professores quanto por alunos, apresentou resultados satisfatórios, pois deu novo fôlego às aulas de empregabilidade e motivou os alunos que responderam com mais entusiasmo e dedicação ao projeto. O curso de capacitação para os professores também contribui muito para injetar novo ânimo aos professores, que viram reforçadas pela Secretaria as demandas já colocadas pela coordenação sobre planejamento e gestão de aulas.
Assim, a conclusão que se chega é que as mudanças provocadas pelos projeto são muito maiores do que realmente pensamos ser e exigem uma intervenção mais concreta e precisa na “realidade escolar”, pois o projeto atinge direta e imediatamente na passividade existente no ambiente escolar, tanto em professores, quanto em alunos, mas também presente na equipe pedagógica e administrativa, engessada pelo laisse faire dos problemas cotidianos e roteiros prontos para resolvê-los. As experiências do primeiro e segundo bimestres deixam claro que a desmotivação é conveniente tanto aos professores quanto aos alunos, na medida em que funciona como justificativa para o fracasso. Porém, revelam também que a desmotivação é um ciclo vicioso causado pela falta de meios diversificados para enfrentar a imaturidade e dependência típicas da faixa etária dos alunos dos primeiro ano.

Nesse sentido, é preciso uma intervenção externa, é necessária uma ação ampla e universal que atinja simultaneamente professores e alunos, que tire ambos –ao mesmo tempo – de sua zona de conforto e exija uma resposta rápida e bem feita.  Se assim é, a função da coordenação não pode ser confundida com as funções da supervisão e vice direção. Pois enquanto a supervisão e vice direção atua diretamente sobre o trabalho do professor e do aluno, na análise e orientação da ação dos professores ou do alunos em relação aos objetivos específicos da escola, a coordenação atua sobre o ambiente escolar, na produção e resultados alcançados coletivamente através do trabalho coordenado de toda a equipe. 

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